segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ciúmes!

Um frio na barriga, um aperto no peito, suor nas mãos, um nó na garganta, uma vontade de fazer algo, de parar o tempo, de gritar, de impedir...Impedir! O que?
Que ele(a) conheça outra pessoa, se interesse, se apaixone...ai ai ai!
Quem já não sentiu algo parecido? Quem já não experimentou o sabor do ciúme?
Em graus diferentes todos nós já o experimentamos. Há quem o encare como prova de amor, ou como insegurança, obsessão...
Cada um dá um nome, uma definição para este sentimento universal que conhecemos e sentimos como ciúme. Temos ciúmes do(a) esposa(o), do(a) namorado(a), da mãe, do carro novo, do computador... Ciúmes diferentes, mas que surge do medo de perdermos aquilo que temos ou acreditamos ter, para outra pessoa. Gostamos tanto que queremos preservá-lo, cuidá-lo, protegê-lo.
É prova de amor?
Não necessariamente. Parece mais prova de insegurança.
É normal?
Sim. Assim como é normal sentirmos dor, no entanto assim como esta indica que algo não vai bem em nosso organismo, o ciúme exagerado indica que algo também não vai bem na relação ou na própria pessoa.
O cuidado, a cautela e até um ciúme brando diante de uma situação real, pode sim ser considerado prova de amor, afinal não dizem por ai que quem ama cuida?!
O homem que vê sua namorada ou esposa, despertando olhares, sendo cobiçada, experimenta, mesmo que combinado com um certo orgulho por estar ao lado dela, uma pontinha de ciúmes, um medo de um dia perder sua companhia, de não mais sentir a sensação tão agradável de estar ao seu lado.
Até aí tudo tranqüilo, o problema está quando o sentimento tem seu grau elevado. Quando um simples olhar é visto como traição, um atraso é motivo de escândalo, um “estou cansado” é prova concreta de que o amor acabou. O problema está quando a pessoa passa a ver e perceber coisas que não existem, passa a projetar seus medos no outro e acreditar que são reais.
É aqui que um outro sentimento entra na dança, a desconfiança. E esta não vem sozinha, ela traz consigo um amor próprio exagerado.
"O que vão pensar de mim? "Vão dizer que sou otário, “corno”, entre outras depreciações que a mente desconfiada elabora. Não é somente o fato de deixá-la(o) sair sozinho e correr o risco de perdê-la, que incomoda, mas os comentários, o fato de poder ser “passado para trás” e ter com isso orgulho e honra feridos. Aqui começa a bagunça, sentimentos ambivalentes se misturam provocando um turbilhão que explode em atitudes dramáticas, infantis, impulsivas e incoerentes. Uma verdadeira tortura psicológica.
Só quem passou por isso sabe o que é, tanto o sentimento como as conseqüências e estragos que esse redemoinho provoca. E quem passou e conseguiu vencê-lo, procura rapidinho um antídoto que o torne imune á essa tempestade emocional.
Mas será que ele existe? Qual sua fórmula?
Depende de cada um descobrir a causa, rever suas crenças, sentir-se dono somente de si próprio e condutor da própria vida. Aprender a dividir momentos, sentimentos e sonhos, tendo consciência de que não temos controle na vida, nos sentimentos e desejos de nossos parceiros. Relaxar e acreditar que se der certo, ótimo, mas que se não der, ainda teremos em nossas mãos algo muito valioso, nosso próprio caminho.


Jamille Z. Secchi

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